quinta-feira, 10 de julho de 2014

Prazer laboral

Prazer, sensação boa. Trabalho sem ver a hora passar. Já passa das 16h. Não almocei. Me esqueci desse "detalhe". Ah, vou pedir um lanche, penso.

Como enquanto escrevo, atendo telefone, leio um texto, preencho um formulário. Projetos e planos, matérias saindo do forno. Compromisso cancelado.

Vou pra casa direto. Sem trânsito e com uma pequena garoa que faz meu casaco brilhar e o cabelo molhar só um tiquinho. Home sweet home, hora de fechar o guichê e deixar a adrenalina diminuir. Lentamente...

Chegou o livro que tanto queria, "Psicologia Econômica". Brilha meus olhos, volta o prazer do início do dia. Em meio a conversas no WhatsApp e olhadelas no Instagram e no Twitter, folheio minha nova aquisição.

A partir de amanhã vou começar a devorá-la. Ah, que delícia! Quem disse que a libido só é estimulada por sexo? Desculpe a sinceridade!

sábado, 1 de março de 2014

Faz de conta

A gente faz de conta que está bem quando tudo anda mal

A gente faz de conta que sorri por tudo enquanto derrama lágrimas capazes de transbordar um rio

A gente faz de conta que se diverte, mas por dentro o estresse grita com vontade de sair

A gente faz de conta que gosta de alguém, e mente pra si mesmo

A gente faz de conta que é o que é, só que cria personagens mil

A gente faz de conta que vive, mas quando vê só está fazendo de conta

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Há momentos,

Há momentos em que somos só o celular e eu, um olhando para o outro. Dois bichos com muitas diferenças, é claro. Mas assim como eu, para quando vem a exaustão. Grita nas horas de desespero.

Quando não é o celular, sou somente eu. Essa frase é redundante porque se sou, já dá pra entender que trata-se de mim. Mas qual eu? O que vibra quando vê seu trabalho indo bem ou aquele que chora, quieto, na cama, sem motivos ou razões? Com todo conhecimento sobre mim, tenho uma só resposta: isso ultrapassa o limite do saber.

Há momentos em que somos dois, eu e meu ser. Conflitos de quereres, dos bravos. Duelo que se arrasta por noites, principalmente as vazias, solitárias. Nunca descubro quem vence as batalhas, a não ser nas raras vezes em que entro na disputa declarando vitória ao primeiro que eu vir. Assim, sem critério.

Há momentos também sem identidade. Ah, esses são terríveis, mas também os mais legais. Qual o meu nome? Sei dizer, não. Vamos à próxima pergunta.

Há momentos, ainda, em que todos os outros se misturam. Bagunça? Sim, essa é a graça quando você não é um, apesar de ser indivíduo. Dá pra se multiplicar, e sem oferecer pistas. Como fazer? Não me pergunte. Minha mente trabalha nisso há 21 anos e até hoje não encontrei resposta. Aliás, de que adianta encontrar uma resposta se o barato da vida é experimentar?

O texto termina com pergunta, sim. Estilo? Não, não tenho qualidade suficiente pra ter um. Ou se tenho, ainda não o encontrei. Por quê? Olha,

(Fica a vírgula...)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Virei um chato?

Olho os grupos de amigos no metrô. Certamente irão para alguma balada, um bar ou coisa do gênero. Nem a chuvinha deliciosa do sábado à noite desanima o povo. Mas tamanha euforia naquelas rodas, pra mim, parece mais do mesmo. Empolgação instantânea, como se nada mais viesse a existir além daquela noite. Tempo escasso, "se joga".

Realmente muita gente se joga. E o pulo é tão grande que o resultado só é visto no dia seguinte. Bebida atrás de bebida, goles e mais goles ingeridos como se não houvesse amanhã. Tudo junto e misturado. Normal. Pois já não enxergo assim. Prefiro minha cama ou meu sofá aos embalos fervilhantes de sábado à noite. Virei um chato.

Solto minhas pernas, estico-as no sofá. Outrora, ambas estariam em pleno movimento nas pistas de dança de balada. Confesso que não abandonei o calor da madrugada paulistana, só ando mais caseiro. Um tantinho cansado de mesmice, sons em máximo volume e pessoas sem a consciência do que realmente estão fazendo. Gosto, não minto, mas a solidão a dois (eu e meu alter ego) se revela a melhor opção.

Cruzo e descruzo as pernas; levanto e como algo; penso, em bobagens e seriedades. Somente sinto os minutos e as horas passarem até que o sono chegue e me tome de assalto. Daqui a dois meses, faço 22 anos. Mas estou (ou será que sempre fui) ficando velho.

domingo, 24 de novembro de 2013

Quietude

Às vezes a gente precisa de silêncio. Passar o domingo a ouvir a chuva que cai forte. Deixar que somente esse som nos tome de assalto. A vida tem dessas: dias quietos, com a boa solidão, aquela que nos faz pensar.

Não dá pra viver só em função da rotina ou de festividades. Um sopro de quietude é como um banho de mar que tomamos para repor energias, trocar de caminhos, ganhar fôlego para os próximos dias. Não se pode menosprezar um respiro em um domingo, afinal corremos tanto nos demais dias, deixamos as obrigações comandar.

Uma pausa, um cochilo, a noite com um bocado a mais de horas dormidas... Momentos de tranquilidade pra serenar a mente. Viva aos instantes de preguiça!