Há momentos em que somos só o celular e eu, um olhando para o outro. Dois bichos com muitas diferenças, é claro. Mas assim como eu, para quando vem a exaustão. Grita nas horas de desespero.
Quando não é o celular, sou somente eu. Essa frase é redundante porque se sou, já dá pra entender que trata-se de mim. Mas qual eu? O que vibra quando vê seu trabalho indo bem ou aquele que chora, quieto, na cama, sem motivos ou razões? Com todo conhecimento sobre mim, tenho uma só resposta: isso ultrapassa o limite do saber.
Há momentos em que somos dois, eu e meu ser. Conflitos de quereres, dos bravos. Duelo que se arrasta por noites, principalmente as vazias, solitárias. Nunca descubro quem vence as batalhas, a não ser nas raras vezes em que entro na disputa declarando vitória ao primeiro que eu vir. Assim, sem critério.
Há momentos também sem identidade. Ah, esses são terríveis, mas também os mais legais. Qual o meu nome? Sei dizer, não. Vamos à próxima pergunta.
Há momentos, ainda, em que todos os outros se misturam. Bagunça? Sim, essa é a graça quando você não é um, apesar de ser indivíduo. Dá pra se multiplicar, e sem oferecer pistas. Como fazer? Não me pergunte. Minha mente trabalha nisso há 21 anos e até hoje não encontrei resposta. Aliás, de que adianta encontrar uma resposta se o barato da vida é experimentar?
O texto termina com pergunta, sim. Estilo? Não, não tenho qualidade suficiente pra ter um. Ou se tenho, ainda não o encontrei. Por quê? Olha,
(Fica a vírgula...)