Nunca se ouviu tanto falar de crise do jornalismo impresso. Será que esse tipo de mídia tradicional está mesmo passando por um momento conturbado? Não há respostas prontas para um questionamento tão polêmico. Sobram opiniões, palpites e, como estamos lidando com jornalismo, dúvidas e mais dúvidas. Porém, dois exemplos recentes transformam ainda mais o assunto em pauta quente.
Nas últimas semanas, a demissão do repórter Aguirre Peixoto, do jornal baiano "A Tarde", provocou a ira de muitos jornalistas pelo Brasil inteiro. O profissional foi dispensado, e depois readmitido por conta da pressão de colegas que fizeram greve, após publicar uma reportagem crítica sobre empreiteiras que são parceiras comerciais do diário. O fato é que a saída do repórter tornou ainda mais evidente o que já era percebido: a profusão e intensificação do jornalismo publicitário, sustentado por anúncios e patrocinadores.
Nesse sentido, a notícia é tão somente um produto. As leis do mercado ganham força, empresários assumem o poder de verdadeiros conglomerados jornalísticos. Ok, isso não é um fenômeno atual. Assis Chateaubriand e Roberto Marinho que o digam. Ambos construíram impérios midiáticos, sucumbiram ao jornalismo empresarial, pautado pelo lucro. Num cenário selvagem como esse, existem vários Aguirres Peixoto espalhados pelo País. A maioria sem coragem suficiente para colocar em prática o que ele fez.
Outro caso, esse ainda mais recente, repercutiu pela imprensa nesta semana. O conceituado e tradicional Grupo Estado, que controla o jornal paulista "O Estado de S. Paulo" e o Portal Estadão.com, entre outros veículos, demitiu 22 funcionários. As dispensas ocorreram por conta de "corte de gastos", segundo explicou o diretor de conteúdo do Estadão, Ricardo Gandour, em entrevista ao Portal Imprensa. Contraditoriamente, meses atrás o mesmo veículo divulgou uma pesquisa que revelava o aumento de sua circulação.
Duas situações de demissão, casos diferentes. Mesmo assim, ambos refletem uma discussão sobre o futuro dos impressos. Exemplifico: a qualquer momento, uma matéria pode "cair". O que isso significa? Um novo anúncio deve estampar a página no lugar de uma reportagem. A consequência disso é, sem dúvida, a diminuição de um dos princípios básicos do jornalismo tradicional, a informação. Em contrapartida, o capital surge como elemento em situações como essa. E para gastar menos, o que fazer? Enxugar redações, é claro.
Dispensas de jornalistas e pressão de parceiros comerciais tornam ainda mais distante a prática do jornalismo puramente informativo e engajado. Na era do capitalismo, com a globalização a todo o vapor, as cifras interessam mais. E os profissionais da notícia, cada vez menos. É lamentável, afinal o dinheiro sozinho não produz os textos dos jornais. Atrás de máquinas, estão repórteres, editores. E, sobretudo, seres humanos que pensam em pautas e executam ideias.
Nas últimas semanas, a demissão do repórter Aguirre Peixoto, do jornal baiano "A Tarde", provocou a ira de muitos jornalistas pelo Brasil inteiro. O profissional foi dispensado, e depois readmitido por conta da pressão de colegas que fizeram greve, após publicar uma reportagem crítica sobre empreiteiras que são parceiras comerciais do diário. O fato é que a saída do repórter tornou ainda mais evidente o que já era percebido: a profusão e intensificação do jornalismo publicitário, sustentado por anúncios e patrocinadores.
Nesse sentido, a notícia é tão somente um produto. As leis do mercado ganham força, empresários assumem o poder de verdadeiros conglomerados jornalísticos. Ok, isso não é um fenômeno atual. Assis Chateaubriand e Roberto Marinho que o digam. Ambos construíram impérios midiáticos, sucumbiram ao jornalismo empresarial, pautado pelo lucro. Num cenário selvagem como esse, existem vários Aguirres Peixoto espalhados pelo País. A maioria sem coragem suficiente para colocar em prática o que ele fez.
Outro caso, esse ainda mais recente, repercutiu pela imprensa nesta semana. O conceituado e tradicional Grupo Estado, que controla o jornal paulista "O Estado de S. Paulo" e o Portal Estadão.com, entre outros veículos, demitiu 22 funcionários. As dispensas ocorreram por conta de "corte de gastos", segundo explicou o diretor de conteúdo do Estadão, Ricardo Gandour, em entrevista ao Portal Imprensa. Contraditoriamente, meses atrás o mesmo veículo divulgou uma pesquisa que revelava o aumento de sua circulação.
Duas situações de demissão, casos diferentes. Mesmo assim, ambos refletem uma discussão sobre o futuro dos impressos. Exemplifico: a qualquer momento, uma matéria pode "cair". O que isso significa? Um novo anúncio deve estampar a página no lugar de uma reportagem. A consequência disso é, sem dúvida, a diminuição de um dos princípios básicos do jornalismo tradicional, a informação. Em contrapartida, o capital surge como elemento em situações como essa. E para gastar menos, o que fazer? Enxugar redações, é claro.
Dispensas de jornalistas e pressão de parceiros comerciais tornam ainda mais distante a prática do jornalismo puramente informativo e engajado. Na era do capitalismo, com a globalização a todo o vapor, as cifras interessam mais. E os profissionais da notícia, cada vez menos. É lamentável, afinal o dinheiro sozinho não produz os textos dos jornais. Atrás de máquinas, estão repórteres, editores. E, sobretudo, seres humanos que pensam em pautas e executam ideias.
São tantos comentários e tantas impressões sobre este texto e, mais ainda, esta situação... Mas o que fica é o aumento do valor monetário, em detrimento do valor humano.
ResponderExcluirO que podemos fazer é esperar. Esperar com esperança. Um mundo melhor virá, está em processo de construção.
Que Deus nos ajude a arquitetar.