São 4 horas da manhã de domingo, antevéspera da maior festa brasileira. A folia toma conta de todo o País. Em Salvador, trios elétricos movimentam milhares de pessoas pelas ruas. É o calor humano - mistura de raças e sotaques. No Anhembi, sintonia na avenida, coreografias, ritmos, sons e toadas. Correndo contra o tempo, brigando pelo título, agremiações desfilam ideias, criatividade e magia. Para delírio da plateia notívaga, louca por fortes emoções e adrenalina.
Enquanto alguns pulam e cantam no Sambódromo paulista, e outros mais dançam ao som baiano em torno de caminhões musicais, muitas pessoas dormem. Me poupo disso, afinal é Carnaval. Uma rima solta, jogada nessas linhas que escrevo sem sono. Lá fora, a escuridão soma-se ao silêncio. É irônico saber que a poucos metros, talvez quilômetros, o som ensurdece a região do Anhembi. A mim, sobra o canto do nada dizer, ausência de falas, ruídos e sons.
Talvez uma viagem resolvesse isso tudo. Uma loucura momentânea, experiência de horas. Delírio da madrugada, vontade instintiva de sair por aí. Sem rumo, nem documento. Sentir prazer, sangue na veia, calafrios pelo corpo. Quando penso que o sábado passou, sumiu, fugiu, virou poeira no vento que cala o silêncio da noite, só me descrevo em uma palavra: desanimado. Sofro pelo domingo que está aí, iniciando firme e forte. Não, não é um domingo qualquer, penso eu. Uma saída melhoraria qualquer sombra de tristeza em mais um dia que promete ser cinzento. O nublado me entristece, seca minha boca, traz consigo angústia ao meu coração.
Queria ficar acordado para desfrutar do dia que começa. Ao máximo. Prazer ilimitado. Sensações mil, adrenalina multiplicada pelo maior valor que existir. Se é que existe, dizem que os números são infinitos. São com eles que contamos o tempo, amigo fiel em alguns momentos; pobre traidor em outros. Longe de mim querer dominar o que foi denominado como relativo. Mas bem que ele poderia parar por instantes. O domingo, a segunda e terça poderiam ter, sei lá, 40 horas cada um. Seria o suficiente para me preencher. Ou não.
Ainda nesta noite parcialmente fria, calada - sombria, por que não? -, sou tomado por uma consciência estranha. Meus dedos fluem no teclado ao mesmo tempo em que um pernilongo se aproxima. Delírio ou realidade? Não consigo mais distinguir. Queria que alguns devaneios fossem reais. Ficaria feliz também se alguns fatos fossem delírios, meras ilusões. Como se eu pudesse comandá-los, à força de uma vontade que não está dentro de mim.
Coloco uma música, evito ligar novamente a televisão. Cansei de alegorias, mestres-salas e porta-bandeiras, coreografias, baianas e bateria. Um som mais suave é melhor que isso tudo neste momento. Essa noite tão introvertida clama por reflexões. Nada filosofal, nem existencial. Pensamentos de planos, projetos para o domingo que logo mais contará com um céu claro, limpo e ensolarado. Ilusão, sonho? E se chover? Dane-se, preciso aproveitar ao menos um dia neste Carnaval. Vamos aos planos, começar uma viagem agora. Aqui, sentado, ouvindo sons variados. Buenos dias.
Enquanto alguns pulam e cantam no Sambódromo paulista, e outros mais dançam ao som baiano em torno de caminhões musicais, muitas pessoas dormem. Me poupo disso, afinal é Carnaval. Uma rima solta, jogada nessas linhas que escrevo sem sono. Lá fora, a escuridão soma-se ao silêncio. É irônico saber que a poucos metros, talvez quilômetros, o som ensurdece a região do Anhembi. A mim, sobra o canto do nada dizer, ausência de falas, ruídos e sons.
Talvez uma viagem resolvesse isso tudo. Uma loucura momentânea, experiência de horas. Delírio da madrugada, vontade instintiva de sair por aí. Sem rumo, nem documento. Sentir prazer, sangue na veia, calafrios pelo corpo. Quando penso que o sábado passou, sumiu, fugiu, virou poeira no vento que cala o silêncio da noite, só me descrevo em uma palavra: desanimado. Sofro pelo domingo que está aí, iniciando firme e forte. Não, não é um domingo qualquer, penso eu. Uma saída melhoraria qualquer sombra de tristeza em mais um dia que promete ser cinzento. O nublado me entristece, seca minha boca, traz consigo angústia ao meu coração.
Queria ficar acordado para desfrutar do dia que começa. Ao máximo. Prazer ilimitado. Sensações mil, adrenalina multiplicada pelo maior valor que existir. Se é que existe, dizem que os números são infinitos. São com eles que contamos o tempo, amigo fiel em alguns momentos; pobre traidor em outros. Longe de mim querer dominar o que foi denominado como relativo. Mas bem que ele poderia parar por instantes. O domingo, a segunda e terça poderiam ter, sei lá, 40 horas cada um. Seria o suficiente para me preencher. Ou não.
Ainda nesta noite parcialmente fria, calada - sombria, por que não? -, sou tomado por uma consciência estranha. Meus dedos fluem no teclado ao mesmo tempo em que um pernilongo se aproxima. Delírio ou realidade? Não consigo mais distinguir. Queria que alguns devaneios fossem reais. Ficaria feliz também se alguns fatos fossem delírios, meras ilusões. Como se eu pudesse comandá-los, à força de uma vontade que não está dentro de mim.
Coloco uma música, evito ligar novamente a televisão. Cansei de alegorias, mestres-salas e porta-bandeiras, coreografias, baianas e bateria. Um som mais suave é melhor que isso tudo neste momento. Essa noite tão introvertida clama por reflexões. Nada filosofal, nem existencial. Pensamentos de planos, projetos para o domingo que logo mais contará com um céu claro, limpo e ensolarado. Ilusão, sonho? E se chover? Dane-se, preciso aproveitar ao menos um dia neste Carnaval. Vamos aos planos, começar uma viagem agora. Aqui, sentado, ouvindo sons variados. Buenos dias.
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