Pausa para o almoço. Kerouac fica de lado por um tempo. Minutos depois volta com todo fervor. Páginas e mais páginas viradas de forma intensa. O tempo passa, a semana está perto de começar - na São Paulo de 2012. Na viagem, estamos cada vez mais próximos de Denver. E lá não há preocupação com uma nova semana. Vida de boemia, beirando à vagabundice. Já com menos de 20 dólares no bolso, o escritor louco pula de veículo em veículo. Sempre há espaço para aproveitarmos juntos a carona.
Horas depois, talvez dias, a tão sonhada chegada no oeste americano. Estamos efusivos; ao mesmo tempo, cansados. Na rodoviária, sem ao menos uma moeda. Sem também alguma preocupação. Roupa surrada, poucos pertences, aquele escritor se hospeda na casa de um amigo. Começa, enfim, a perambular pela noite, cercado dos melhores amigos, de mulheres. Regado a uísque, cerveja e cigarros.
Peço um tempo. Sem virar mais páginas, continuo a viagem - imaginação e fantasia. Toca João Bosco, o efeito relaxante e motivador. Após "Papel Machê", a leveza e magia de "O bêbado e o equilibrista". Um copo de café, puro e quentinho. Enquanto isso, Kerouac e seus parceiros curtem as loucuras nos bares e boates de Denver. Na década de 1950, surge "On the road", fruto daquelas andanças e experiências do escritor americano. Rolos de papéis datilografados em meio a copos de café. Palavras escritas de uma só vez.
A aventura ainda não terminou. Talvez, mais tarde, iremos novamente ao encontro de Kerouac, Neal Cassady e cia. E a viagem pelas ruas boêmias da capital de Colorado, nos anos 40, continuará. Agora mais um pouco de café. No final da noite, (imaginárias) doses de uísque e cerveja...
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