"Depois de todo esse tipo de farra, e
ainda mais, cheguei ao ponto em que precisava de solidão e de desligar a
máquina de 'pensar' e 'curtir' o que chamam de 'viver'; tudo o que eu queria
era deitar na grama e olhar as nuvens", escreveu Jack Kerouac no texto Sozinho no topo da montanha.
Me senti um pouco como Kerouac neste fim de
semana. Já era sábado, mas o dia ainda não raiara. O relógio marcava 5h30 e uma
cena se repetia: eu estava em uma estação de metrô voltando para casa após uma
festa. "Tudo muito igual, cansei disso, de baladas, festas, voltar pela
manhã. Será que é um tempo perdido?", pensei, não necessariamente nessa
ordem, tampouco com as mesmas palavras. Sossego era o que queria. Parecia que
toda a badalação havia deixado de ter qualquer significado. Estaria eu mais
velho do que o comum? Ou seria uma crise momentânea, daquelas que logo passam e
no fim de semana seguinte retorna a vontade de sair? Sem certeza, muito menos
respostas para essas perguntas.
O fim do ano se aproxima. Talvez a tranquilidade
seja mesmo um desejo. O silêncio. Vontade de ouvir os sons que vêm da rua,
perder-se em
divagações. Sentir o cheiro da chuva típica de verão. Pensar
um pouco mais na vida: síndrome dos últimos meses do ano. Viagem, a palavra
encantadora e a intenção de colocá-la em prática, seja fisicamente ou em
pensamentos.
Talvez precise dar uma pausa nas saídas
noturnas que se prolongam nas madrugadas. Usar os fins de semana para produzir
e também realmente descansar. Basta ficar na janela, escutar a chuva caindo, o
vento roçar no rosto. Múltiplas sensações num fim de tarde com os olhos
cerrados. Sem música agitada, só com os sons da natureza e da própria
respiração.
Texto escrito no domingo, às 21h30.
Texto escrito no domingo, às 21h30.
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