Um vento gostoso bate no rosto. O sol escondido no céu nublado. Na rua, o calor humano. Roda, que gira e gira. A multidão segue a música. A Macumba Antropófaga começou. Sem poder participar de todo o ritual, curtimos o momento.
Delírio e devaneio. Sopro de êxtase. Ali no Centro, o Teatro Oficina pede espaço, invade aquele ambiente urbano. É contagiante. Rodeado de alegria, esquecemos de tudo. A Antropofagia toma conta. Ave, Oswald! Grande Tarsila! Na contemporaneidade, o gosto do modernismo. A experimentação. Um lugar ao sol.
A volta ao reduto. Sem a pulseira verde, é hora de partir. Imersos na onda fria da Pauliceia Desvairada, sentimos o vento roçar nossas peles. A intensidade nos une. O que fazer? Nada de voltar para casa. Um café para relaxar. Conversas e risadas, ritmos da alegria.
Sem medo do relógio. Deixa o tempo pra lá. No vão livre do Masp, a tranquilidade. Uma pausa para curtir. "E quase como um sonho bom, onde entreter também era brincar...". Mais um, por favor. Acendemos e rimos. A loucura da simplicidade. A sofisticação está nas coisas simples. Aproveitamos.
Uma música ganha vida. Marcelo Jeneci e sua "Felicidade". Puro ar de serenidade. Onde estava o frio? Àquela altura, nem sentia o vento gelado. Conversas e devaneios aqueciam. Sem mais. Aliás, com mais. Com alegria. E sem. Sem preocupações. É isso. A melhor coisa é não pensar em nada.
A lua brilha. Nuvens brancas, quase laranjas. Ou será outra cor? Sem pensar. E o feriado acabou. A madrugada caminha lentamente. Agora é hoje ou ontem, talvez amanhã. "Tão longe...", a música toca. O silêncio e só o barulho do teclado. O respiro também. Bom é terminar o texto sem fim, com reticências. Assim, ó...
Esse eu realmente gostei. Porque finalmente (li três e já percebi o padrão) comentamos um outro horário que o da madrugada. É bom ter o sol iluminando, é bom ter o barulho nos envolvendo, porque esses queridos também afetam o nosso ser.
ResponderExcluirÉ muitíssimo gostoso, acima de tudo, perguntar-se se falamos sobre a década de vinte, numa volta à semana da arte moderna brasileira, ou se apenas continuamos em nosso próprio momento, saudosistas de lembranças que nunca vivemos!
Parabéns, Dan!