quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Máquina louca

"Lembrarás os dias que você deixou sem ver a luz". Sábio Marcelo Jeneci. O tempo é traiçoeiro. Companheiro por vezes. Uma verdadeira incógnita. Quanta lembrança. O que parecia tão atual virou as costas e deu tchau.

Onde estamos hoje? Quem somos neste instante? E no próximo, no seguinte? Tantos rostos, uns ficam, outros vão. Nem vimos, passaram mais alguns.

Passa tempo, tempo passa. Escorre como água entre os dedos. O que são três anos? Lembrarás os dias em que não viu a luz. É, passou. Máquina do tempo: um devaneio sonhador da humanidade. Mas sabe que vivemos em uma? Pense agora, já passou. Mais um pensamento deixado pra trás.

Por falar em tempo, a madrugada avança. Divagações caminham com ela. Ao som de jazz. Confusão de ideias. Passado, presente e futuro se misturam. Aliás, o que é futuro? Melhor é o verbo no futuro do pretérito.

O texto é libertador, encoraja. O que seria de mim sem ele? Um doido sem esperanças. (Um maldito pernilongo me distrai). Estávamos onde? Ah, sim. Minha loucura. Essa é perene. Sobre isso, falo outra hora. Pode demorar ou não. Depende da máquina também louca do tempo.

Quando isso que você lê foi publicado: hoje ou ontem? Já nem sei mais.

2 comentários:

  1. Aposto que você teve seus motivos e que levou um tempo para chegar a decisão que deveria escrever essa crônica, tendo como tema justamente o tempo.

    Entre o início e o término da crônica houve vários tempos.

    Tempo para escolher as palavras que expressassem melhor suas ideias. Tempo para reflexões. Tempo para voltar a concentração perdida por um mísero pernilongo. Tempo até quem sabe para devaneios, como por exemplo, abortar ou deixar parir essa obra.

    Felizmente prevaleceu o bom senso, e eu tive a chance e o privilégio de ler mais essa bela crônica.

    O tempo dispendido por você para escrever a crônica foi infinitamente maior que o tempo gasto por mim para ler e desfrutá-la.

    Realmente o tempo é ingrato, mas são os ossos do ofício.

    O consolo é que ela pode ser perpetuada, ao passo que nós seres humanos temos um tempo estimado de validade.

    Parabéns Danylo.

    Rene, perdido na madrugada.

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  2. Clarice, minha contemporânea ! HUAHUAHUAHUA
    Danylo, sua "escrita inebriante" me lembra muito um "[...]texto livre de fazer sentido[...]" da Clarice!
    Talvez você já tenha se deparado com tal comentário, talvez a tenha por inspiração, mas eu achei fantástico lembrar da minha leitura de "O ovo e a galinha" neste momento! Porque, afinal, "o que são três anos?"

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