Essa crônica é um trabalho entregue à disciplina de Língua Portuguesa I. Publico-a aqui nesse intervalo de dias sem jogos da Copa do Mundo, que estou cobrindo na íntegra. Espero que gostem.
Certo dia, a Avenida Paulista foi tomada por um pequeno grupo de estudantes. Eles ofereciam, como podia ser visto em placas penduradas em seus pescoços, “abraços gratuitos”. Janaína andava apressadamente até ser abordada pelos jovens. Fingiu que não viu e apertou os passos mais e mais.
Um número enorme de pessoas passava como ela, recusando a oferta. Umas poucas davam stop nos problemas por brevíssimos segundos e aceitavam o gesto de carinho descompromissado.
Distante de lá, Fabiana e Julio se conheciam melhor. Ambos, estudantes; ela, de jornalismo; ele, de direito. Os dois haviam sido apresentados um ao outro por um amigo em comum. Marcaram o segundo encontro naquela tarde. Conversaram por horas. O relógio marcava cinco e meia da tarde, os dois aproximaram os corpos e envolveram-se em um abraço.
O magnetismo se fez presente como um imã, a intimidade cresceu entre os jovens. Depois do gesto, o beijo complementou as emoções. Mas o elo já estava criado, e fora a partir de um abraço. Eis a importância do sinal, um código de sentimentos.
Naquele mesmo instante, Pedro comemorava seu aniversário de 30 anos. O rapaz foi abraçado por muitas pessoas. Mas os gestos não foram iguais, simples contatos físicos e mecânicos. Cada um representou certa emoção, uma diferente da outra.
Ao entrelaçar-se com seu pai, o sentimento de amor ganhou força. Os dois reviveram abraçados, durante aquele minuto de carinho, momentos históricos. Pedro disse:
- Meu velho, lembra de quando brincávamos no parque perto de casa?
O pai respondeu:
- Claro, meu filho. E me diga se você tem a recordação de sua festa de aniversário de 18 anos? Que momento especial aquele, hein, garoto?!
Ali, abraçados, pai e filho comentaram vários episódios de suas vidas juntos. Era uma mistura de emoções diferentes, proporcionadas por aquela troca de energias. O código do abraço teve efeito mais uma vez, aproximou e revelou muitos significados.
Em cada lugar, um sentido diferente. Naquele mesmo dia, dos “abraços gratuitos” e das situações vividas por Pedro e seu pai, Fabiana e Julio, ocorreu à noite o velório de Janete. A mulher deixou na Terra somente uma filha. Ela compareceu e alguns poucos familiares vieram de longe para prestar a homenagem.
A maioria abraçou a filha de Janete tão forte, mas tão forte, que a reconfortou. O abraço teve uma importância tremenda, representou um gesto de respeito, um sinal de carinho.
É incrível como o abraço tem várias funções. Em velórios, eventos religiosos, aniversários, encontros amorosos... O sinal é ligação íntima, entrelaçamento de realidades. Um abraço coletivo, por exemplo, é um “mar de energias”, confluência de mundos diferentes em um só centro. Mas o gesto de abraçar é cada vez menos frequente.
Corre-se pra lá e pra cá, é estresse, falta de tempo etc. Assim não tem jeito! E o abraço, onde fica? Está em período de pré-extinção.
Qual o futuro do abraço? O mesmo do “Olá, tudo bem?”, repetido diariamente pelas pessoas em suas relações sem qualquer reflexão? Não sei ao certo, mas deixo a dica: abrace, doando energias, pois você também as receberá.
Façamos isso, antes que o abraço saia de cena por tempo indeterminado... Ou vire gesto mecânico e automático.
E você, meu leitor, abraça com frequência?
Certo dia, a Avenida Paulista foi tomada por um pequeno grupo de estudantes. Eles ofereciam, como podia ser visto em placas penduradas em seus pescoços, “abraços gratuitos”. Janaína andava apressadamente até ser abordada pelos jovens. Fingiu que não viu e apertou os passos mais e mais.
Um número enorme de pessoas passava como ela, recusando a oferta. Umas poucas davam stop nos problemas por brevíssimos segundos e aceitavam o gesto de carinho descompromissado.
Distante de lá, Fabiana e Julio se conheciam melhor. Ambos, estudantes; ela, de jornalismo; ele, de direito. Os dois haviam sido apresentados um ao outro por um amigo em comum. Marcaram o segundo encontro naquela tarde. Conversaram por horas. O relógio marcava cinco e meia da tarde, os dois aproximaram os corpos e envolveram-se em um abraço.
O magnetismo se fez presente como um imã, a intimidade cresceu entre os jovens. Depois do gesto, o beijo complementou as emoções. Mas o elo já estava criado, e fora a partir de um abraço. Eis a importância do sinal, um código de sentimentos.
Naquele mesmo instante, Pedro comemorava seu aniversário de 30 anos. O rapaz foi abraçado por muitas pessoas. Mas os gestos não foram iguais, simples contatos físicos e mecânicos. Cada um representou certa emoção, uma diferente da outra.
Ao entrelaçar-se com seu pai, o sentimento de amor ganhou força. Os dois reviveram abraçados, durante aquele minuto de carinho, momentos históricos. Pedro disse:
- Meu velho, lembra de quando brincávamos no parque perto de casa?
O pai respondeu:
- Claro, meu filho. E me diga se você tem a recordação de sua festa de aniversário de 18 anos? Que momento especial aquele, hein, garoto?!
Ali, abraçados, pai e filho comentaram vários episódios de suas vidas juntos. Era uma mistura de emoções diferentes, proporcionadas por aquela troca de energias. O código do abraço teve efeito mais uma vez, aproximou e revelou muitos significados.
Em cada lugar, um sentido diferente. Naquele mesmo dia, dos “abraços gratuitos” e das situações vividas por Pedro e seu pai, Fabiana e Julio, ocorreu à noite o velório de Janete. A mulher deixou na Terra somente uma filha. Ela compareceu e alguns poucos familiares vieram de longe para prestar a homenagem.
A maioria abraçou a filha de Janete tão forte, mas tão forte, que a reconfortou. O abraço teve uma importância tremenda, representou um gesto de respeito, um sinal de carinho.
É incrível como o abraço tem várias funções. Em velórios, eventos religiosos, aniversários, encontros amorosos... O sinal é ligação íntima, entrelaçamento de realidades. Um abraço coletivo, por exemplo, é um “mar de energias”, confluência de mundos diferentes em um só centro. Mas o gesto de abraçar é cada vez menos frequente.
Corre-se pra lá e pra cá, é estresse, falta de tempo etc. Assim não tem jeito! E o abraço, onde fica? Está em período de pré-extinção.
Qual o futuro do abraço? O mesmo do “Olá, tudo bem?”, repetido diariamente pelas pessoas em suas relações sem qualquer reflexão? Não sei ao certo, mas deixo a dica: abrace, doando energias, pois você também as receberá.
Façamos isso, antes que o abraço saia de cena por tempo indeterminado... Ou vire gesto mecânico e automático.
E você, meu leitor, abraça com frequência?
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