sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Há momentos,

Há momentos em que somos só o celular e eu, um olhando para o outro. Dois bichos com muitas diferenças, é claro. Mas assim como eu, para quando vem a exaustão. Grita nas horas de desespero.

Quando não é o celular, sou somente eu. Essa frase é redundante porque se sou, já dá pra entender que trata-se de mim. Mas qual eu? O que vibra quando vê seu trabalho indo bem ou aquele que chora, quieto, na cama, sem motivos ou razões? Com todo conhecimento sobre mim, tenho uma só resposta: isso ultrapassa o limite do saber.

Há momentos em que somos dois, eu e meu ser. Conflitos de quereres, dos bravos. Duelo que se arrasta por noites, principalmente as vazias, solitárias. Nunca descubro quem vence as batalhas, a não ser nas raras vezes em que entro na disputa declarando vitória ao primeiro que eu vir. Assim, sem critério.

Há momentos também sem identidade. Ah, esses são terríveis, mas também os mais legais. Qual o meu nome? Sei dizer, não. Vamos à próxima pergunta.

Há momentos, ainda, em que todos os outros se misturam. Bagunça? Sim, essa é a graça quando você não é um, apesar de ser indivíduo. Dá pra se multiplicar, e sem oferecer pistas. Como fazer? Não me pergunte. Minha mente trabalha nisso há 21 anos e até hoje não encontrei resposta. Aliás, de que adianta encontrar uma resposta se o barato da vida é experimentar?

O texto termina com pergunta, sim. Estilo? Não, não tenho qualidade suficiente pra ter um. Ou se tenho, ainda não o encontrei. Por quê? Olha,

(Fica a vírgula...)

sábado, 15 de fevereiro de 2014

Virei um chato?

Olho os grupos de amigos no metrô. Certamente irão para alguma balada, um bar ou coisa do gênero. Nem a chuvinha deliciosa do sábado à noite desanima o povo. Mas tamanha euforia naquelas rodas, pra mim, parece mais do mesmo. Empolgação instantânea, como se nada mais viesse a existir além daquela noite. Tempo escasso, "se joga".

Realmente muita gente se joga. E o pulo é tão grande que o resultado só é visto no dia seguinte. Bebida atrás de bebida, goles e mais goles ingeridos como se não houvesse amanhã. Tudo junto e misturado. Normal. Pois já não enxergo assim. Prefiro minha cama ou meu sofá aos embalos fervilhantes de sábado à noite. Virei um chato.

Solto minhas pernas, estico-as no sofá. Outrora, ambas estariam em pleno movimento nas pistas de dança de balada. Confesso que não abandonei o calor da madrugada paulistana, só ando mais caseiro. Um tantinho cansado de mesmice, sons em máximo volume e pessoas sem a consciência do que realmente estão fazendo. Gosto, não minto, mas a solidão a dois (eu e meu alter ego) se revela a melhor opção.

Cruzo e descruzo as pernas; levanto e como algo; penso, em bobagens e seriedades. Somente sinto os minutos e as horas passarem até que o sono chegue e me tome de assalto. Daqui a dois meses, faço 22 anos. Mas estou (ou será que sempre fui) ficando velho.