sábado, 31 de julho de 2010

Início de madrugada

Amo escrever, mas sinto que agora é mais forte que mim. Digito aqui essa combinação de palavras e símbolos como se movesse uma pena.

Sim. Não. Os problemas das contraposições, sabe? O que sabemos? É infinitamente menor do que imaginamos.

Imaginar? O criar da alma. Busco respostas. Sou muito exigente? Experimente. Ou não. Olha a negação aqui de novo. Que me importa?

Que se dane! Fui feito para isso. Aliás, fomos. Sabia? Olha só o tal do saber mais uma vez. Só sei que nada sei. Parafraseio, fazemos isso toda hora.

Quer saber? Não enlouqueci. Já nascemos todos loucos. Tchau!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Sabe tudo sobre as Eleições?

Você sabe alguns detalhes sobre as Eleições deste ano? Então, teste respondendo a 10 questões. Ao final, veja como você se saiu.

1) Qual o nome do vice de José Serra?

A- Aloizio Mercadante
B- Alberto Goldman
C- Índio da Costa
D- Michel Temer

2) Quais são os três principais candidatos a governador de São Paulo?

A- Marta Suplicy (PT-SP), Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Aloizio Mercadante (PP-SP)
B- Geraldo Alckmin (PSDB-SP), Aloizio Mercadante (PT-SP) e Celso Russomanno (PP-SP)
C- Alberto Goldman (DEM-SP), Aloizio Mercadante (PT-SP) e Celso Russomanno (PP-SP)
D- Luiza Erundina (PCB-SP), Celso Russomano (PP-SP) e Geraldo Alckmin (PSDB-SP)

3)Qual candidato à Presidência o PMDB está apoiando?

A- José Serra (PSDB)
B- Marina Silva (PV)
C- José Maria Eymael (PSDC)
D- Dilma Rousseff (PT)

4) José Serra já exerceu diversos cargos na política, como ministro da Saúde e do Planejamento. Tendo em vista isso, qual curso superior ele fez?

A- Medicina
B- Odontologia
C- Economia
D- Letras

5) Na última pesquisa realizada pelo Datafolha (de 23 de julho), levantamento encomendado pela Rede Globo de Televisão, qual foi o resultado da disputa entre Serra e Dilma?

A-Dilma: 25% e Serra: 34%
B-Dilma: 34% e Serra: 34%
C-Dilma: 37% e Serra: 36%
D-Dilma: 36% e Serra: 37%

6) A pesquisa do Vox Populi, encomendada pela TV Bandeirantes e pelo portal iG, revelou uma diferença em relação ao levantamento do Datafolha, divulgado no mesmo dia. Qual?

A-Dilma ficou empatada com Serra; ambos apresentaram 35% das intenções de voto
B-Serra ultrapassou Dilma e ficou com 40% das intenções de voto contra 31% da petista
C-Dilma foi superior ao candidato do PSDB em oito pontos percentuais
D-Marina Silva disparou na pesquisa e ultrapassou Dilma, ficando atrás de Serra

7) Quais são os principais candidatos ao Senado em São Paulo (todos devem estar concorrendo para valer a alternativa)?

A-Marta Suplicy (PT), Romeu Tuma (PTB) e Orestes Quércia (PMDB)
B-Romeu Tuma (PTB), Aloizio Mercadante (PT) e Luiza Erundina (PCB)
C-Moacyr Franco (PSL), Romeu Tuma (PTB) e Luiza Erundina (PCB)
D-Aloizio Mercadante (PT), Orestes Quércia (PMDB) e Moacyr Franco (PSL)

8) Qual a ocupação da candidata ao Senado, Marta Suplicy?

A-Médica
B-Economista
C-Psicóloga
D-Publicitária

9) Em que dia ocorrerão as eleições?

A-1º de outubro
B-5 de outubro
C-2 de novembro
D-3 de outubro

10) O eleitor deverá votar para quais cargos neste ano?

A-Presidente, Governador, Senador, Deputados Federal, Estadual e Prefeito
B-Presidente, Governador, Senador e Deputados Federal/Estadual e Municipal
C-Presidente, Governador, Vereador e Deputados Federal/Estadual
D-Presidente, Governador, Senador e Prefeito

E aí, como você foi no teste? Conte aqui. Achou fácil? Médio? Difícil? Comente o seu resultado.







Respostas:
1B/ 2B / 3D / 4C / 5D / 6C / 7A / 8C / 9D / 10B

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Mano Menezes convoca seleção que pega os EUA

Nesta segunda-feira, o técnico Mano Menezes convocou pela primeira vez sua equipe na seleção brasileira.

Após se apresentar como novo comandante, Mano anunciou a lista renovada. Surpresas, como os goleiros do Botafogo, Jefferson, e o arqueiro do Avaí, Renan. Outros jogadores também surpreenderam: David Luiz, Réver e Éderson.

Dentre os atletas que participaram da Copa na África do Sul, o treinador convocou somente quatro: Ramires, Robinho, Daniel Alves e Thiago Silva.

Outro dado interessante na lista de Mano foi a convocação de somente um jogador do Corinthians, ex-clube do treinador. O Santos foi o time brasileiro que mais teve atletas na relação.

Confira, abaixo, a lista completa dos jogadores convocados por Mano Menezes, o novo técnico da Seleção Brasileira de Futebol:

Goleiros: Jefferson (Botafogo), Renan (Avaí) e Victor (Grêmio)

Laterais direitos: Daniel Alves (Barcelona) e Rafael (Manchester United)

Zagueiros: David Luiz (Benfica), Henrique (Racing Santander), Réver (Atlético-MG) e Thiago Silva (Milan)

Laterais esquerdos: Marcelo (Real Madrid) e André Santos (Fenerbahce)

Volantes: Jucilei (Corinthians), Lucas (Liverpool), Ramires (Benfica), Sandro (Internacional) e
Hernanes (São Paulo)

Meio campistas: Paulo Henrique Ganso (Santos) e Ederson (Lyon)

Atacantes: Neymar (Santos), Diego Tardelli (Atlético-MG), Pato (Milan), Carlos Eduardo (Hoffenheim), André (Santos) e Robinho (Santos)

Na minha visão, esse pode ser o time titular que enfrenta os Estados Unidos, no dia 10, em amistoso: Victor; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e André Santos; Sandro, Lucas, Hernanes e Ganso; Robinho e Neymar.

domingo, 25 de julho de 2010

San-São termina com vitória do Peixe

Um jogo sem grandes lances. Poucas oportunidades concretas de gol. Essa foi a tônica do clássico entre Santos e São Paulo, ocorrido neste domingo na Vila Belmiro, que terminou 1 a 0 para os santistas.

Na primeira etapa, vimos duas equipes com marcações fortes. O São Paulo veio a campo com time misto, já pensando na partida de quarta-feira contra o Internacional pela semifinal da Taça Libertadores. Já o Peixe atuou ainda sem Robinho, que está se preparando para o jogo contra o Vitória, final da Copa do Brasil.

Mesmo com poucas chances, a partida ficou sob domínio do Santos. O alvinegro criou as melhores jogadas e chegou com mais perigo ao gol de Rogério Ceni. E o tento que é bom, nada. Os jogadores de ambas as equipes não conseguiram estufar as redes na etapa inicial.

No segundo tempo, o São Paulo voltou melhor e equilibriou as ações do jogo. E quando a partida parecia terminar sem gols, o Santos chegou à meta de Rogério Ceni de forma conclusiva. Em cobrança para a área, o zagueiro são-paulino Renato Silva tentou interceptar com o peito e mandou para o fundo da rede. Gol contra na Vila Belmiro. O Peixe abriu o placar.

As entradas de Washington, Hernanes e Marlos na equipe do São Paulo não surtiram efeito. O tricolor não conseguiu empatar o marcador e sofreu mais uma derrota no Brasileirão. É o terceiro resultado negativo em quatro partidas consecutivas. Agora, as duas equipes se concentram nos próximos confrontos, o tricolor na Libertadores e o Santos na Copa do Brasil.

Sem dúvida, o clássico deixou a desejar. E com toque errado do beque são-paulino, o Santos conseguiu a vitória. Mereceu. Jogou melhor.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

E o Brasil vai protelando...

Copa de 2014. O futuro está distante? Está nada, só faltam quatro anos. E o que já foi feito? Pouco, quase nada. Planejamento fraco, adiamentos e reuniões em vão.

Justifico esse começo do meu texto. Nesta manhã de quarta-feira, Ricardo Teixeira (excelentíssimo presidente da CBF e do comitê organizador do Mundial), Alberto Goldman (governador de São Paulo), Gilberto Kassab (prefeito da cidade paulista) e outros mandatários se reuniram. Motivo: discutir sobre a possibilidade de São Paulo sediar a abertura da Copa.

Há tempos, o principal assunto acerca da Copa no Brasil é o jogo de abertura e onde ele será realizado. Cogitaram várias possibilidades, essas são criadas e desfeitas a todo momento. Definições? Nenhuma, é claro.

Hipóteses ainda em pauta: reformar o estádio do Pacaembu, aceitar a proposta de reforma no Morumbi, ou também desenvolver novos projetos de estádios. A última possibilidade foi praticamente descartada pelo senhor Goldman, atual governador do Estado de São Paulo.

Dentre esses novos estádios que poderiam ser construídos, destaca-se o Piritubão, que teria relação com o Corinthians. No entanto, por conta dos altos custos na viabilização do projeto, ele está praticamente fora de cogitação.

Há ainda a Arena Palestra Itália. Porém, o reformado (modificação que já está sendo feita) estádio do Palmeiras só serviria para abrigar partidas da primeira fase e oitavas de final, devido sua capacidade inferior a 60 mil pessoas, número mínimo para jogos de abertura.

As discussões continuarão pelos próximos dias. O resultado delas é incerto. O jeitinho brasileiro já está sendo utilizado na preparação para a Copa: demora, atrasos, "deixar tudo para última hora".

Acorda, Brasil! O Qatar apresentou recentemente propostas de estádios para a Copa de 2022. E ainda estamos discutindo sobre os palcos que utilizaremos no torneio a ser realizado daqui a quatro anos.

Enfim, muito pouco foi feito para o Mundial. Até agora, ele só pertence aos sonhos e divagações de patriotas e ufanistas, ou mesmo dos políticos exaltados.

domingo, 18 de julho de 2010

E o Verdão amarelou contra o Avaí; no Pacaembu, deu Timão

Jogando fora de casa, o Palmeiras comandado por Luiz Felipe Scolari se deu mal. Tomou quatro gols contra o Avaí e perdeu de 4 a 2 na Ressacada, em Santa Catarina.

Na estreia de Felipão como treinador, os palmeirenses fizeram uma boa partida. Porém, não souberam segurar o ímpeto da equipe adversária. O Avaí foi melhor em campo e criou as melhores oportunidades. Foi mais eficaz e marcou os gols.

Até mais da metade do segundo tempo, o jogo estava empatado. O Palmeiras tinha aberto o placar no primeiro tempo com Gabriel Silva. Caio empatou para os catarinenses e Robinho virou o marcador. Logo no início da etapa final, Kléber empatou para o Verdão em cobrança de pênalti.

E de tanto buscar as alternativas, o Avaí chegou ao desempate. Na penalidade máxima, Deola defendeu, mas Caio pegou o rebote e colocou os catarinenses novamente à frente do placar. E um tempo depois, Roberto recebeu lançamento de longa distância, driblou Deola que havia saído mal do gol e mandou para o fundo da rede. Placar decretado na Ressecada e primeira derrota de Felipão no comando do Palmeiras. Começou bem...

Por falar em começar bem, o Corinthians iniciou melhor contra o Atlético-MG. Jogou bem a maior parte do jogo, mas não teve objetividade nas conclusões.

O gol da vitória demorou a acontecer. E só ocorreu após um chute de Bruno César que desviou no zagueiro atleticano. A bola morreu no centro do gol, enganando o goleiro Fábio Costa. Vitória suada no Pacaembu e o Timão permanece na liderança do Campeonato Brasileiro.

OUTROS DESTAQUES - 9ª RODADA - JOGOS DAS 16H

O Flamengo conquistou mais uma vitória. O clube carioca derrotou o Atlético-GO, lanterninha da competição, por 1 a 0.

Quem também venceu seu compromisso foi o Internacional, que bateu o vice-líder Ceará por 2 a 1. Dentro de casa, os gaúchos foram melhores e garantiram o resultado positivo, segundo consecutivo.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

“Eu perdi a posição de titular para grandes jogadores, como Gérson e Rivellino”

Essa entrevista é um trabalho entregue à disciplina "Técnicas e Gêneros Jornalísticos - Jornalismo Básico I" da faculdade.

Ele talvez tenha sido um dos jogadores brasileiros com mais sucesso no futebol equatoriano. Estamos falando de Francisco José Paes, conhecido no Equador como “Pepe” Paes. O ex-meio-campista começou na Portuguesa de Desportos, onde atuou como júnior e, posteriormente, se profissionalizou. Contudo, a passagem por dois clubes populares do Equador, Barcelona e Nove de Outubro, foi o ápice de sua carreira no futebol.

Em sua casa no bairro do Tucuruvi, Paes concedeu essa entrevista, na qual o ex-jogador fala sobre a carreira na Lusa, os títulos no futebol equatoriano, além de comentar sobre sua passagem pela Seleção Brasileira e os desafios para conseguir uma vaga na equipe brasileira titular.

A paixão pelo futebol começou desde cedo?

Muito cedo (risos). Quando a gente ganha a primeira bola da família, principalmente a pessoa que gosta do futebol, já começa a se apaixonar pela redonda [a bola]. Então, eu poderia dizer que essa paixão veio do berço.

Como o senhor entrou na Portuguesa de Desportos?

Quando eu jogava na várzea, algumas pessoas me viram atuar e me indicaram para a Portuguesa. Então, eu fiz um teste, mas não passei por uma peneira, nas quais hoje aparecem milhares de jogadores. Como disse, fiz o teste, fui aprovado e comecei minha carreira na Lusa.

Enquanto o senhor jogava futebol, tinha outra atividade profissional paralela?

Durante o tempo de jogador, não. Mas para começar a jogar futebol [Paes cita que na época os jogadores não eram bem renumerados e, inclusive, as famílias pensavam que ser jogador de futebol era ser “malandro”, vagabundo], tive que primeiro me formar em torneiro mecânico. Nesse momento, meus pais me deixaram praticar o esporte. Quando cheguei à Portuguesa, passei a ser remunerado, e meu salário era de acordo com o que eu recebia na época em que trabalhava na fábrica como torneiro mecânico.

Qual foi seu melhor momento no clube?

O ano com melhores condições na Portuguesa foi em 1966. Fizemos uma boa temporada. Depois, fui chamado para a Seleção Brasileira em 1967, um momento muito marcante na minha carreira. No entanto, devo manifestar novamente que o melhor ano na Lusa foi em 1966.

O senhor lembra-se de algum jogo ou gol em especial que marcou sua carreira na Lusa e, especificamente, no ano de 66?

Hum (pausa). Um jogo que mais marcou, principalmente pela torcida que estava a nosso favor no Parque Antártica, foi contra o Santos. Se a gente ganhasse, automaticamente o Palmeiras seria campeão. Então, eu fiz um gol, ganhamos de 1 a 0, o que deu o título ao Palmeiras. Foi uma vibração muito grande no Parque Antártica (risos). Mas era mais torcida do Palmeiras que da Lusa. E isso ficou marcado, porque inclusive depois os diretores do Palmeiras me presentearam com um relógio de ouro.

O senhor comentou que jogou pela Seleção Brasileira. Qual foi a sensação de atuar com a amarelinha?

Olha (pausa). Eu só participei do elenco que ganhou a Taça Rio Branco. Só joguei alguns amistosos, como a partida contra o Gre-Nal [combinado especial de alguns jogadores das equipes de Grêmio e Internacional] em Porto Alegre. Nesta época, a Seleção tinha uma base que era o Cruzeiro, um time muito bom, o meio-campo formado por Wilson Piazza, Tostão e Dirceu Lopes. Então, foram eles que atuaram mais. O trabalho que dirigentes e treinadores fazem na Seleção mostra ao garoto que aquilo é uma passagem, mas uma passagem na qual ele tem de esforçar-se cada vez mais. Porque chegar à Seleção é fácil, o difícil é se manter. Assim, para mim foi muito difícil, fui perdendo a posição. Por mais que você se esforce, há outros que são melhores na época. E eu perdi a posição de titular para grandes jogadores, como Gérson e Rivellino. Portanto, não tenho do que reclamar.

Como foi jogar ao lado de craques, como Tostão, Piazza e outros?

Quando você joga ao lado de craques, o seu futebol fica mais claro, porque você entrega a bola “quadrada” e recebe redonda (risos). Então, jogar com o Tostão era muito fácil, porque o “baixinho” tinha uma facilidade com a bola nos pés.

E o Pelé?

Não... Com o Pelé eu não joguei. Eu lembro que houve uma Seleção Paulista de Profissionais, na qual eu estava, para a qual ele foi convocado, mas não jogou porque estava machucado. Mas o difícil mesmo era jogar contra ele (risos). Porque você não sabia o que ele ia fazer. Outro jogador complicado de marcar foi o Maradona, contra o qual também atuei posteriormente. São pessoas predestinadas a jogar futebol e difíceis para marcar.

O senhor jogou em muitas oportunidades contra o Pelé e o Maradona?

Hum (pausa). Lembro de um episódio muito curioso. Jogávamos contra o Santos no Pacaembu, nosso time [a Portuguesa] era muito veloz e começamos a partida ganhando. Fizemos 1 a 0, depois 2 a 0. Até aí, o jogo não estava tão difícil. Mas eu me lembro que o Leivinha [meia da Lusa] resolveu fazer a “graça” de meter a bola entre as pernas do Pelé (risos). Ixi... A torcida aplaudiu muito a jogada do “Leiva”. O que aconteceu, porém, foi que acordou “as feras” [referência aos bons jogadores do Santos na época, como Pelé, Pepe, entre outros]. No final, o placar foi de 4 a 2 para os caras [equipe do Santos]. Então, foi difícil porque não vimos mais a “cor da bola”. Posso dizer que aquele jogo ficou marcado...

E contra o Maradona?

Contra o Maradona só joguei em duas oportunidades. Primeiro, em um amistoso pelo Barcelona (Equador) contra o Argentinos Juniors, time em que ele atuava na época. E o segundo também foi um amistoso, só que contra o Boca Juniors, equipe em que jogava o Maradona no momento. Foram dois empates: o primeiro em 1 a 1 e o segundo, 2 a 2. Mesmo assim, os jogos foram difíceis, porque os times que faziam amistosos vinham para “dar espetáculo” e não estavam muito preocupados com o resultado, nem com a equipe adversária.

Já falando sobre essa etapa no Barcelona (do Equador), como foi a mudança para outro país?

No começo, foi bem difícil, pois fui sozinho e deixei a família. Lembro que já estava preparado para voltar, era emprestado pela Portuguesa ao Barcelona, quando a família chegou lá. Tive que me adaptar ao novo ambiente, ao futebol equatoriano, o que demorou cerca de um ano. No início, disputei a Taça Libertadores, fui bem e os dirigentes resolveram me contratar em definitivo, comprando meu passe. Economicamente, não houve muitas vantagens, porque eu recebia praticamente o mesmo valor que ganhava na Portuguesa. Não era como é hoje em dia, em que os jogadores ganham bem e deixam o futuro garantido.

O senhor lembra-se de algum episódio polêmico que presenciou na Portuguesa ou no Barcelona?

Na Portuguesa, não me lembro de nenhum momento polêmico. Agora, no Equador... (pausa e risos). Eu passei dez temporadas lá e não houve uma semana em que não tivesse confusão. A gente chegou até a fazer greve porque não tinha material esportivo para nós treinarmos. Tinha também a pressão, que era muito grande, já que o Barcelona era um time bem popular. Foram momentos complicados, pelos quais consegui passar com muito esforço.

O senhor finalizou a carreira de jogador aos 36 anos. Depois disso, passou a atuar como treinador?

Sim. Em 1984, eu participei de uma partida de despedida no Equador e voltei para o Brasil. Tentei a carreira de treinador, como outros ex-jogadores. Não foi muito fácil no início, eu sempre corri atrás de times pequenos, do interior paulista. Mas ser treinador de futebol foi difícil. Após tentar a carreira de técnico, passei a ser professor de escolinhas de futebol, serviço com o qual trabalho até o momento.

Não poderíamos deixar de falar da Copa do Mundo na África do Sul. Para o senhor, qual a seleção favorita para conquistar o Mundial?

Eu vejo como favoritas as seleções que já conquistaram Mundiais. Dessa forma, eu colocaria Brasil, Itália, Alemanha, Inglaterra, Argentina. As outras seleções, como a Holanda, que sempre desponta, mas nunca conseguiu nada, e a Espanha, que está despontando agora e todos estão comentando, eu não confio. Isso porque, quando chega o momento de decidir, a camisa pesa. Jogos entre a Espanha e as seleções de Argentina, Alemanha, Itália e Brasil acredito que a seleção espanhola não conseguirá vencer. Não será campeã contra essas seleções.

E o que o senhor achou da polêmica convocação do técnico Dunga, e a inclusão de jogadores que pouco atuaram, como o atacante Grafite?

Temos que lembrar que não é só o Dunga que convoca, o auxiliar Jorginho e outras pessoas influenciam na decisão. O treinador, o auxiliar, o supervisor, toda a comissão trabalhou três anos e meio para montar a seleção, não foram dois ou três dias de preparação. Então, eu respeito o trabalho do Dunga, principalmente se analisarmos pelos resultados conquistados por ele e pela Seleção na preparação para o Mundial.

Quais as principais diferenças entre o futebol daquele tempo e o de hoje?

O futebol de antigamente era mais técnico. O jogador aprendia as formas de dominar a bola, driblar etc. O que aconteceu, como tudo na sociedade, foi uma evolução. Hoje, existe uma metodologia para o treinamento de jogadores de futebol. Primeiro, as preparações médica e física, que estão relacionadas. Depois, as preparações técnica e tática, e, por fim, a preparação psicológica. Quando falamos de preparação médica, entra o trabalho de nutricionistas, fisiologistas e outros profissionais da área. E a preparação física exige profissionais especializados, como treinador de goleiros. Na minha época, não tinha muito isso e os treinadores selecionavam os que tinham melhor disposição técnica. Era um futebol técnico e com pouca preparação física e médica. Hoje em dia, o futebol é mais físico, mais “contato”

Como é a sua vida hoje em dia: hobbies, rotina...?

Hobbie, que um dia foi profissão, será sempre jogar futebol. E também assistir a partidas na televisão, o que algumas pessoas não gostam muito [faz sinal para a esposa]. O futebol sempre vai estar dentro da gente.
(FOTO: MEU ARQUIVO)

Palmeiras retorna bem e honra paulistas

Noite fria na capital paulista. Mas teve quem compareceu no clássico do Brasileirão, disputado entre Palmeiras e Santos.

No jogo, o Verdão levou a melhor e garantiu a vitória por 2 a 1. Já comandado pelo técnico Luiz Felipe Scolari, porém este ficou nas cabines do estádio Pacaembu, a equipe alviverde impôs melhor futebol e soube derrotar os Meninos da Vila.

Nas outras partidas que completaram a rodada, o Atlético-MG derrotou o outro Atlético, o Goianiense, por 3 a 2. E a principal disputa foi entre Fluminense e Grêmio Prudente, que poderia ter definido um novo líder. Mas isso não aconteceu, pois o Flu só empatou com a equipe paulista. Assim, permanece na terceira colocação.

Essa foi a volta do Campeonato Brasileiro: poucas surpresas, topo da tabela idêntico. Espero, como a maioria dos torcedores e adoradores do futebol, mais emoções.

E nesta sexta-feira, pausa no futebol brasileiro da Série A, publico uma entrevista com um ex-jogador da Portuguesa de Desportos da década de 60. Confira-a no próximo post.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Saudade da Copa, mas Brasileirão está aí

Dois dias. Esse foi o intervalo entre o fim da Copa do Mundo e o retorno do Campeonato Brasileiro da Série A. Lembrando também que na terça tivemos a rodada da Série B.

E o Brasileirão voltou. Os times paulistas começaram não tão bem essa continuação do torneio. O São Paulo encarou o Avaí de novo técnico - Antonio Lopes - e perdeu por 2 a 1. Hernanes diminuiu para o tricolor após dois gols da equipe catarinense. E se Rogério Ceni tivesse acertado a cobrança de falta no primeiro tempo, tudo poderia ter sido diferente...

A briga pela liderança foi representada por Ceará x Corinthians. A disputa, porém, não foi tão instigante como prometia. Jogo de posse de bola, poucas chances concretas de gol. E pior: nenhum gol! A partida no Castelão ficou no 0 a 0. Resultado: Timão continua na ponta da tabela, mas ameçado pelo Fluminense.

Por falar em clubes cariocas... O clássico do Rio terminou com a vitória rubro-negra. Após poucas e boas ditas por Zico em entrevista coletiva, os flamenguistas derrotaram o Botafogo por 1 a 0. Boa atuação do novo goleiro rubro-negro, Marcelo Lomba. Foi tarde, Bruno!

E enquanto o São Paulo retorna com resultado negativo na competição, o Inter provou que pode voltar embalado. Os colorados venceram o Guarani por 3 a 0. Briga boa na Libertadores entre gaúchos e paulistas. O Inter largou na frente. O Tricolor que se cuide, já que os colorados não gostam muito de tricolores (o Grêmio que o diga)...

E para completar a rodada, até agora nada encantadora, mais um clássico. Santos e Palmeiras se enfrentam. O Verdão querendo recuperação e conta com reforços, começando pelo novo técnico Felipão. O Peixe buscando embalar na competição. Grande confronto nesta quinta.

Por fim, deixo um recado: Brasileirão, melhore seu nível. Sei que é o começo de um retorno, mas é necessária melhoria. Dá até saudades da Jabulani, do polvo Paul, das lambanças dos árbitros, da Larissa Riquelme... Ufa!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

O mundo conheceu a nova potência do futebol: Espanha

Emoção até o fim. Essa frase pode resumir o tom da grande decisão da Copa do Mundo. O jogo entre Espanha e Holanda em Johannesburgo aconteceu ontem às 15h30. Sob frio, as duas seleções se enfrentaram em busca do título mundial inédito. Saiba como foi a partida.

A preparação

No vestiário, o clima de tensão tomava conta. O domingo era especial para cada um dos 46 atletas presentes, sem contar treinadores, preparadores físicos e outros profissionais. Pela primeira vez, uma das duas equipes destaques do futebol mundial seria campeã da Copa.

A campanha até aquele momento favorecia a Holanda. A seleção laranja havia vencido todas as suas partidas, o retrospecto era de 100%. Enquanto isso, os espanhois perderam na primeira rodada. Favoritismo dos holandeses, então? Não, não. Se levarmos em conta o retrospecto das duas seleções nos últimos anos, ficaríamos em dúvida quanto ao favorito.

Vuvuzelas ensurdecedoras, estádio lotado, noite fria. Foi nesse clima que os jogadores entraram no estádio Soccer City. Antes disso, Nelson Mandela já havia tornado aquela noite especial. E como na Copa vale tudo, até um torcedor pulou no gramado e tentou roubar a taça. Foi barrado pelos seguranças.

Hinos entoados, cumprimentos realizados. Estava tudo pronto para o grande jogo. Ao som do apito do árbitro inglês (que esqueci o nome, enfim...), a bola foi tocada no centro do campo. Começava naquele instante a 19ª final de Copa do Mundo, a primeira em solo africano.

O jogo

Todos aqueles cumprimentos antes da partida começar foram deixados de lado. No gramado, o sangue correu forte nas veias dos atletas, principalmente dos holandeses. As primeiras ações do jogo foram da Espanha. Com toque de bola e muita paciência, os espanhois começaram melhor.

Mesmo com mais posse da pelota, a seleção da Espanha não foi objetiva. Nos minutos iniciais, arriscou pouco considerando que a bola estava sob seu domínio. O artilheiro espanhol David Villa pouco apareceu e, quando chegou perto da meta de Stekelenburg, estava em posição irregular.

Aos poucos, a partida ficou com a configuração esperada. De um lado, a Espanha tocando mais a bola e tentando abrir espaços na marcação adversária. Enquanto isso, os holandeses buscavam nos contragolpes oportunidades de chegar ao gol de Casillas.

O que vimos na primeira etapa foi uma disputa bem violenta, isso sim. Recorde de cartões amarelos em uma só partida de Copa: foram distribuídos 13, sendo oito para a Holanda e cinco para os espanhois. Heitinga, da Holanda, ainda tomou seu segundo cartão amarelo e foi expulso.

Raras chances de gol, faltas violentas. Talvez esse tenha sido o cenário do primeiro tempo. Perguntou-se a todo momento: cadê a Fúria? E a Laranja ofensiva? Da parte da Holanda, a surpresa foi ter visto agressões fortes contra os jogadores espanhois. Alguns desses lances, como uma voadora contra o peito de Xabi Alonso, deveriam ter sido punidos com o cartão vermelho. No entanto, o árbitro inglês foi conivente com muitas jogadas violentas, aplicando somente o amarelo.

As duas seleções voltaram para o segundo tempo com mais disposição para jogar futebol. Ok, mas e as oportunidades de gol? Poucas. Ambas as equipes investiram no toque de bola. A Espanha foi superior no quesito e até errou menos passes. A Holanda jogava no contra-ataque e conseguia criar bons lances.

Aos 18 minutos, aconteceu a melhor jogada da partida. O meia Sneijder acertou um belo lançamento para Robben. O jogador saiu cara a cara com Casillas. E (creiam!) desperdiçou. A bola bateu no pé do goleiro e foi para escanteio. O holandês ainda protagonizaria uma oportunidade semelhante, também desperdiçada.

Até o final do tempo normal, as duas seleções criaram outras chances. Em vão. E o toque de bola paciente, faltando poucos minutos para o encerramento do jogo, revelou o desejo de ambas as equipes em disputar a prorrogação.

No tempo extra, o panorama do jogo não mudou muito: muito toque de bola e poucas chances concretas de gol. As criadas, porém, eram desperdiçadas. Destaque para um chute de Fabregas cara a cara com o goleiro Stekelenburg, bem semelhante com a jogada de Robben frente a Casillas.

Final do primeiro tempo da prorrogação, equipes trocaram de lado no campo. E aos 10 minutos da segunda etapa do tempo extra, os espanhois puderam gritar, pular e começar a entoar "É campeão!". Fabregas tocou para Iniesta. O atacante entrou na área e chutou sem chance de defesa para Stekelenburg. A Espanha abriu o marcador e decretou o resultado da partida sofrida.

Os holandeses tentaram alçar bolas aéreas. Correram, lutaram, suaram. Não deu. A nova campeã mundial de seleções é a Espanha. A Fúria conquistou seu primeiro título e entrou para o seleto grupo de campeões do mundo, ao lado de Brasil, Itália, Alemanha, Argentina, Uruguai, França e Inglaterra. Bem-vinda, Fúria!

sábado, 10 de julho de 2010

Alemanha vira o placar e vence Uruguai

Neste sábado, a seleção da Alemanha venceu o Uruguai por 3 a 2 na cidade de Porto Elisabeth e garantiu o terceiro lugar na Copa.

A primeira etapa começou com a equipe alemã buscando o ataque. E foi a seleção europeia quem chegou ao gol primeiramente. Aos 19 minutos, Müller pegou rebote de chute de Schweinsteiger e marcou o tento alemão. Só que aos 28, Cavani igualou o marcador para os uruguaios.

No segundo tempo, o Uruguai começou melhor e logo virou o placar. Forlan recebeu cruzamento da direita e bateu de primeira para a rede, deixando os sul-americanos em vantagem no marcador.

Os alemães foram para cima e ainda conseguiram o empate. O resultado igual veio após mais uma falha do goleiro Muslera. Jansen não desperdiçou e mandou para dentro. Sobrou tempo ainda para Khedira virar o marcador para a seleção da Alemanha. O gol definiu o marcador e a disputa. A seleção conquistou o terceiro lugar no Mundial da África do Sul. De forma merecida.

Detalhe: novamente, o polvo Paul acertou o resultado da partida. O molusco marcou gol em todos os seus palpites. Muito bem, Paul: "A voz do polvo é a voz de Deus".

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Fúria joga melhor e derrota alemães

Apostando no toque de bola e na paciência, a seleção da Espanha foi melhor e venceu a Alemanha por 1 a 0. O resultado coloca os espanhois na final da Copa do Mundo contra a Holanda. Será uma disputa inédita entre as duas equipes no último jogo do Mundial.

A primeira etapa começou com as investidas da Espanha. E como era de se esperar, a equipe espanhola ficou com mais posse de bola no início do jogo. No entanto, não conseguia chegar com muito perigo. A Alemanha marcava intensamente e não deixava espaços para o jogo espanhol.

Com uma formação diferente e presença do atacante Pedro no lugar de Fernando Torres, a seleção da Espanha jogava mais pelas laterais. Mesmo assim, não criava lances perigosos, apostando mais no toque de bola lento e paciente.

Aos 14 minutos, a equipe conseguiu assustar o goleiro alemão Neuer. Iniesta cruzou para a área e o zagueiro Puyol, que se transformaria no nome do jogo, cabeceou para fora.

Em desvantagem no quesito posse de bola, a Alemanha não conseguia acertar os passes. A todo momento, os alemães buscavam criar algumas jogadas, porém pecavam no toque de bola. O primeiro lance de perigo da seleção só aconteceu aos 32 minutos. Trochowski, que substituiu Müller (suspenso), arriscou para o gol e Casillas espalmou para escanteio.

Com poucas chances concretas de gol e muito toque de bola, esse foi o primeiro tempo em Durban.

A etapa final iniciou com outra configuração. A seleção da Espanha começou mais ofensiva e criativa. Com passes mais rápidos, a equipe de David Villa passou a criar jogadas mais perigosas. Aos cinco minutos, Xabi Alonso arriscou para o gol de Neuer, mas a bola passou à esquerda do goleiro alemão e foi para a linha de fundo.

Como no primeiro tempo, a equipe espanhola continuou dominando as ações da partida. O gol era uma questão de tempo, sem dúvidas. Aos 28 minutos, um escanteio e uma cabeçada definiram o placar do jogo. Puyol subiu mais que qualquer zagueiro alemão e testou para o gol de Neuer, abrindo o marcador para a Espanha.

Com a vantagem no resultado, os espanhois tiveram que recuar. Os alemães foram para o ataque, mas não conseguiram furar o bloqueio adversário, bem postado em campo. Faltou poder ofensivo e criatividade aos jogadores de ataque da seleção alemã. E assim, a Espanha venceu a semifinal (merecidamente) e está na grande decisão da Copa da África do Sul.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Em jogo emocionante no final, Holanda vence Uruguai

A primeira semifinal da Copa do Mundo aconteceu nesta tarde de terça-feira. Na Cidade do Cabo, a seleção da Holanda venceu o Uruguai por 3 a 2 e está classificada para a final do torneio.

A primeira etapa começou com uma boa chance para a equipe da Holanda. Após esse lance inicial, a partida ficou equilibrada, com a disputa da bola concentrada no meio de campo. O Uruguai marcava bem e não dava espaços para os holandeses.

O primeiro gol do jogo só foi acontecer aos 18 minutos. Em jogada individual, Van Bronckhorst acertou um belo chute no ângulo, sem chances de defesa para o goleiro uruguaio Muslera. A Holanda abriu o marcador na Cidade do Cabo.

Com a vantagem no placar, a seleção holandesa passou a marcar de forma mais intensa. E o Uruguai buscava alguns espaços na defesa adversária para tentar chegar ao gol de empate. E em outra jogada individual, o tento saiu. Aos 41 minutos, Diego Forlan abriu espaço entre os marcadores holandeses e mandou um chute no meio do gol de Stekelenburg, que aceitou. Diga-se de passagem que a curva feita pela Jabulani contribuiu para a falha do goleirão holandês.

O segundo tempo iniciou com boas oportunidades para ambas as equipes. Mesmo assim, o Uruguai se saía melhor e criava as chances mais perigosas. Os uruguaios eram superiores também na defesa e marcavam a saída de bola dos holandeses. Assim, a seleção de Robben, Sneijder e cia. não conseguia criar lances concretos de gol.

Somente aos 23 minutos, a seleção da Holanda conseguiu criar uma boa oportunidade. Van Persie chutou para a defesa de Muslera. No rebote, Sneijder desperdiçou e chutou a bola para a linha de fundo. Dois minutos depois, o gol holandês saiu. O próprio Sneijder marcou o tento de desempate do jogo.

Aos 28 minutos, a Holanda ampliou o marcador com Robben. O meia recebeu cruzamento da esquerda, feito por Kuyt, e cabeceou para o fundo da meta de Muslera.

Em desvantagem no placar, a seleção do Uruguai partiu para o campo de ataque em busca do gol. E aos 47 minutos, Gargano diminuiu o marcador para os sul-americanos. Até o apito final do árbitro, a seleção uruguaia ainda arriscou cruzamentos para a área. Em vão. A classificação já estava nas mãos da Holanda, que agora espera o vencedor de Espanha x Alemanha. A Laranja Mecânica está na final da Copa do Mundo de 2010.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Felipe Melo: o nome do jogo

Começo assim esse post: Felipe Melo, o nome do jogo. Motivo? Sua participação na última partida brasileira na Copa do Mundo. Nesta sexta-feira, o volante foi decisivo. No jogo, o Brasil perdeu por 2 a 1 e está eliminado do Mundial.

A primeira etapa foi empolgante (para os torcedores brasileiros). A seleção jogava bem, tocando rápido e criando bons lances. Foi assim que saiu o primeiro gol. Aos 10, Felipe Melo fez um lançamento perfeito para Robinho. O atacante apareceu entre os zagueiros holandeses e bateu na saída do goleiro Stekelenburg.

Com a vantagem no marcador, a equipe brasileira ainda teve chances de aumentar o placar. Mas desperdiçou. Mesmo assim, a etapa inicial terminou com a vitória parcial.

No segundo tempo, a seleção da Holanda voltou com outro espírito. A Laranja passou a chegar com mais perigo no gol de Júlio César. Só que o primeiro gol holandês saiu após cobrança de falta. Uma infração que não existiu, diga-se de passagem. Robben driblou o jogador brasileiro e pulou. O árbitro caiu na conversa dele e assinalou a falta. E foi por meio do cruzamento que aconteceu o gol de empate, marcado por Felipe Melo de cabeça. Olha ele aí!

Com o resultado igual, a seleção holandesa teve mais posse de bola e logo chegou ao segundo gol. Após escanteio, a bola sobrou para Sneijder que converteu. Detalhe: o tento saiu depois de falha generalizada do sistema defensivo brasileiro.

A partir daí, a seleção brasileira ficou perdida em campo: passes errados, marcação frágil. E quase tomou outros gols. Foi assim que os brasileiros se despediram da Copa. Ah, último detalhe: Felipe Melo, o nome da partida, foi expulso. Sim, ele deu assistência para o gol brasileiro, empatou para a Holanda e ainda recebeu o cartão vermelho, após falta infantil. O camisa 5 foi o NOME DO JOGO! Tchau, Brasil! O Hexa terá de esperar até 2014 (ou 2018, ou...)!


URUGUAI X GANA

Às 15h30 desta sexta-feira, a seleção do Uruguai venceu Gana nos pênaltis e está nas semifinais na Copa. Os uruguaios empataram no tempo normal e na prorrogação em 1 a 1. Mas nas penalidades, foram melhores e mais decisivos, convertendo quatro das cinco cobranças.

Não consegui assistir ao jogo, mas tive a oportunidade de ver as penalidades máximas. Destaque para a cobrança audaciosa de El Loco Abreu, que deu um "totózinho" na bola. A Jabulani foi mansinha para a rede: golaço e classificação uruguaia!

Primeira semifinal da Copa do Mundo definida: Holanda x Uruguai. Amanhã, a Alemanha pega a Argentinaf. E o Paraguai encara a Espanha. Desses dois confrontos, saem os próximos semifinalistas. Emoção à flor da pele na reta final do Mundial!

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Dia sem Copa do Mundo

O interminável dia sem Copa. Só podia começar assim. Não de outro jeito. Afinal, ele foi como foi dito (com perdão da redundância, ou tautologia, ou outra coisa que o valha)... Foi também diferente, distinto de seus irmãos mais velhos. Desde o começo de junho até a terça-feira última, não ocorria um dia assim.

Efeito Copa é vicioso. Os primeiros dias (ah, muito bons!), três jogos. Era como beber no café da manhã, banhar-se de álcool com um prato de comida. E, no café da tarde, deliciar-se com mais um copo de puro vício. A comparação pode ser exagerada. Mas vale, creia nisso. Assistir a jogos de futebol cria um vício tremendo. São doses estupendas de emoção, gritos de gol, estrondosos sons (as vuvuzelas explicam melhor essa parte)...

... essa é a Copa da África do Sul. Mas como é viver sem ela por dois dias? Um martírio, valho-me aqui novamente de um toque exagerado. Só quem ama futebol compreende. Quem não ama, um dia amará e entenderá esse vício, penetrante e intenso.

Como dizia, a quarta-feira (sim, ontem!) foi diferente dos últimos dias. Não só pelo sol escaldante, visto por mim da janela entreaberta. Mas, principalmente, por conta da programação na televisão. Até mesmo a rotina foi distinta: às 11h, estava ainda dormindo, perfeito em minha cama, roncando (toque de realce, diga-se de passagem), afinal o sono era profundo. Essa cena não aconteceu nos dias anteriores. Levantava cedo, as partidas da Copa tinham horários marcados.

Quando o relógio marcou 15h30, veio a pergunta reflexiva: "Qual o jogo de hoje?". Fiquei sem resposta. Óbvio. Continuei meu dia atípico: li capítulos de "Rede Globo - 40 anos de Poder e Hegemonia" para um trabalho da faculdade, e páginas de "A Sangue Frio", do excelente Truman Capote. Mas, espera aí: e a Copa do Mundo? Fez falta nesse segundo dia de férias. Sua ausência provocou um vazio. E esse vazio terá presença hoje.

Como faço? O jeito é esperar a sexta-feira. O segundo dia desse mês de julho. Ele reserva mais emoções. As vuvuzelas voltarão a tocar. O som das arquibancadas ecoará novamente. A Copa retornará imponente. As quartas de final prometem. Só espero que esses dois dias durem. Não quero que o domingo chegue logo. Por dois motivos: primeiro, não terá Copa; segundo, o show do Roupa Nova já terá passado.

A madrugada se alonga e escrevo essas linhas. O intuito? Com mero propósito de combinar palavras. O som delas ecoa forte, tal qual as vuvuzelas na África do Sul. Que venham as quartas de final: estou a sua espera...

Corra e abrace

Essa crônica é um trabalho entregue à disciplina de Língua Portuguesa I. Publico-a aqui nesse intervalo de dias sem jogos da Copa do Mundo, que estou cobrindo na íntegra. Espero que gostem.

Certo dia, a Avenida Paulista foi tomada por um pequeno grupo de estudantes. Eles ofereciam, como podia ser visto em placas penduradas em seus pescoços, “abraços gratuitos”. Janaína andava apressadamente até ser abordada pelos jovens. Fingiu que não viu e apertou os passos mais e mais.

Um número enorme de pessoas passava como ela, recusando a oferta. Umas poucas davam stop nos problemas por brevíssimos segundos e aceitavam o gesto de carinho descompromissado.

Distante de lá, Fabiana e Julio se conheciam melhor. Ambos, estudantes; ela, de jornalismo; ele, de direito. Os dois haviam sido apresentados um ao outro por um amigo em comum. Marcaram o segundo encontro naquela tarde. Conversaram por horas. O relógio marcava cinco e meia da tarde, os dois aproximaram os corpos e envolveram-se em um abraço.

O magnetismo se fez presente como um imã, a intimidade cresceu entre os jovens. Depois do gesto, o beijo complementou as emoções. Mas o elo já estava criado, e fora a partir de um abraço. Eis a importância do sinal, um código de sentimentos.

Naquele mesmo instante, Pedro comemorava seu aniversário de 30 anos. O rapaz foi abraçado por muitas pessoas. Mas os gestos não foram iguais, simples contatos físicos e mecânicos. Cada um representou certa emoção, uma diferente da outra.

Ao entrelaçar-se com seu pai, o sentimento de amor ganhou força. Os dois reviveram abraçados, durante aquele minuto de carinho, momentos históricos. Pedro disse:

- Meu velho, lembra de quando brincávamos no parque perto de casa?

O pai respondeu:

- Claro, meu filho. E me diga se você tem a recordação de sua festa de aniversário de 18 anos? Que momento especial aquele, hein, garoto?!

Ali, abraçados, pai e filho comentaram vários episódios de suas vidas juntos. Era uma mistura de emoções diferentes, proporcionadas por aquela troca de energias. O código do abraço teve efeito mais uma vez, aproximou e revelou muitos significados.

Em cada lugar, um sentido diferente. Naquele mesmo dia, dos “abraços gratuitos” e das situações vividas por Pedro e seu pai, Fabiana e Julio, ocorreu à noite o velório de Janete. A mulher deixou na Terra somente uma filha. Ela compareceu e alguns poucos familiares vieram de longe para prestar a homenagem.

A maioria abraçou a filha de Janete tão forte, mas tão forte, que a reconfortou. O abraço teve uma importância tremenda, representou um gesto de respeito, um sinal de carinho.

É incrível como o abraço tem várias funções. Em velórios, eventos religiosos, aniversários, encontros amorosos... O sinal é ligação íntima, entrelaçamento de realidades. Um abraço coletivo, por exemplo, é um “mar de energias”, confluência de mundos diferentes em um só centro. Mas o gesto de abraçar é cada vez menos frequente.

Corre-se pra lá e pra cá, é estresse, falta de tempo etc. Assim não tem jeito! E o abraço, onde fica? Está em período de pré-extinção.

Qual o futuro do abraço? O mesmo do “Olá, tudo bem?”, repetido diariamente pelas pessoas em suas relações sem qualquer reflexão? Não sei ao certo, mas deixo a dica: abrace, doando energias, pois você também as receberá.

Façamos isso, antes que o abraço saia de cena por tempo indeterminado... Ou vire gesto mecânico e automático.

E você, meu leitor, abraça com frequência?