quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Casualidade paulistana

14h30 de quarta-feira. Trinta graus na zona norte (mas parecia muito mais). Suor escorrendo no pescoço. Nem um vento para me aliviar. Corro e pego o primeiro ônibus que vai para Santana.

Incrivelmente, um lugar vago para me acomodar. Penso que o vento soprará forte em meu rosto. Ledo engano. Continuo sofrendo com as gotas de sudorese. Nem a fresta da janela alivia aquele insuportável calor.

Dentro do 971-A, a cena é cotidiana. Mas nem tanto. Ao chegar na Alfredo Pujol, o ritmo de paradas aumenta e mais pessoas descem. Até aí tudo normal. Ou não. Alguns indivíduos saem do ônibus, se despedem do cobrador e dizem "bom trabalho!". Algo comum? Não. Infelizmente, não. O que houve, então? Pois é, caros amigos. O Natal está próximo, parece que as pessoas tornam-se mais afetuosas. Vale um comentário: poderia ser sempre assim, ou não?

Na penúltima parada, mais uma cena curiosa: o cobrador para uma passageira e faz uma brincadeira: "Metallica? É uma das poucas pessoas que gosta de Metallica". Pronto, começou ali uma conversa até o ponto final, passou pelo empréstimo do mp3 (ou algo semelhante, não sei) com as principais canções do grupo de Rock (ou algo parecido, não curto o que eles gostam, enfim).

Ao descer, ainda ouvi as despedidas: "Obrigado pelas músicas, bom trabalho". "Tchau, querida!". Se tivesse mais pontos de parada, aquela conversa se alongaria. Fruto da casualidade paulistana, das relações sociais inusitadas e apercebidas na gigante São Paulo. Foi assim que duas pessoas se conheceram no período pré-Natal.

E eu? Segui meu caminho, a tarde me reservava horas de cantoria e boa música ao lado de amigos. Também frutos da casualidade paulistana, mas de longa data, companheiros da época do ensino médio.

Agora, pronto para dormir, me preparo para mais aventuras na metrópole. É quinta-feira, antevéspera do Nascimento de Jesus.

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